Jogos educativos estão entre os recursos didáticos disponíveis aos professores. Tanto é que nunca se falou tanto ou se fez tanta pesquisa sobre este assunto. O Simpósio Brasileiro de Jogos e de Entretenimento Digital (SBGames) traz todo ano diversas publicações de várias aplicações dos jogos em diversas áreas da educação. Chega a ter uma categoria específica para eles.
Todavia um dos desafios é: como convencer de que jogos educativos são um recurso didático válido para a educação? Por este motivo, caso você tenha um diretor ou gestor ou pais em dúvida se isso ensina mesmo, trago aqui alguns argumentos que podem te ajudar nesse processo. Afinal, você quer inovar nas suas aulas e ser reconhecido por uma ótima aula engajante com seus alunos, mas pode ter essa barreira de apoio e investimentos.
1. Mais engajamento com os alunos
Apesar do termo ser rediscutido atualmente, os nativos digitais estão compreendidos nas novas gerações Y e Z. Com eles, games fazem parte da sua vida e buscam muito dessa abordagem em sala de aula. Lidar com tecnologia digital é tranquilo para esses nativos. Seja uma aprendizagem baseada em jogos de entretenimento já prontos ou um jogo educativo criado especialmente para a aula ou assunto. Ao lidarem com a diversão proporcionada por esses jogos, os alunos aprendem com mais disposição, de forma lúdica e mais interativa.
2. Diversificar os recursos didáticos e métodos com jogos educativos
É necessário diversificarmos as práticas, recursos e métodos em sala de aula. Cada uma delas trabalha de maneira diferente o mesmo assunto, além de desenvolver outras competências sob os aspectos de habilidades (saber fazer) e atitudes/valores (ser).
Ao se usar jogos educativos – e ainda dependendo do tipo de jogo escolhido – diversificamos a prática e trouxemos algo novo. Isso traz vida nova a aula e novidade que sai do tradicional quadro-giz-oratória da aula expositiva.
3. Aprender de maneira prática e implícita
O jogo educativo te coloca como agente daquele mundo. Se eu tenho um jogo sobre cirurgia médica e eu faço o procedimento no jogo, eu sou o médico naquele momento. Claro que os riscos reais são minimizados e posso errar mais, porém a prática está ocorrendo. Existem assuntos que são complexos demais ou burocráticos ou mesmo mais interessantes de serem tratados junto com a prática. Sem citar que ela traz contexto ao aluno que entende melhor a aplicabilidade do conteúdo.
Os jogos educativos conseguem dar essa contextualização necessária e te ensinam de maneira implícita. Ou seja, você aprende sem perceber que está aprendendo. Claro, se bem projetado.
4. Trazer vários assuntos nos jogos educativos
O jogo educativo pode ter um tema como enfoque, mas ele acaba trabalhando outros conhecimentos, habilidades e atitudes/valores que vem no pacote. Isso é bastante comum, pois ele se trata de um sistema complexo e permite inter e multidisciplinaridade.
Trabalhei em um artigo analisando um jogo digital chamado Scribblenauts. Identificamos 11 abordagens que poderiam ser feitas no jogo nas mais diversas disciplinas e assuntos. Veja que temos um número significativo aqui e creio que muitos professores poderiam achar muitas outras que passaram despercebidas por nós. Algumas como leitura de texto, conceito de substantivos e adjetivos, conceitos de arte e resolução de problemas podem ser citados.
5. Tratar assuntos complexos de maneira simples pelos jogos educativos
Eu nunca esqueço quando fiz o game design do jogo Biocautus: Praticando Biossegurança. Esse tema é muito complexo, cheio de subtemas de várias áreas do conhecimento. Mas o jogo, principalmente perante a conduta em um laboratório nas normas da biossegurança, ficou muito fácil de assimilar. E mais: foi a parte que mais os jogadores curtiram.
O meu objetivo foi atingido na época. Até tratamos de outras questões, mas me concentrei nesse cerne, pois o via como primordial do conteúdo. O jogo dos 7 erros laboratoriais de biossegurança foi pertinente, colocou o aluno no papel de um avaliador das normas e o fez aprendê-las de maneira fácil. Tente ficar lendo todas as normas sem visualizar e praticar para você ver se conseguiria aprender fácil.
6. Ambiente descontraído
Nada é mais divertido que estar dentro de um jogo educativo. O lúdico está ali fluindo e isso gera interesse. Não é um exercício nem uma prova. Isso dá uma liberdade e despreocupa o aluno do julgamento, do erro. Ele se permite mais e isso propicia mais a prática, a tentativa e erro. Fora que, ao aplicar jogos educativos em sala de aula, percebia que uns ajudavam aos outros, gerando cooperação nos desafios mais difíceis. Tudo isso de forma descontraída, sem o peso de uma aula em que o tempo não passa.
7. O erro faz parte do aprendizado mais do que nunca
Claro que errar faz parte do aprendizado. Mas quando isso é transportado para uma prova que vale nota, o erro tem consequências. A reprovação é uma delas. Isso inibe o aluno e ele tem medo de errar devido ao que ocorre.
Quando se trata de uma atividade como o jogo educativo, ele te permite e incentiva a errar para aprender. Morreu? Tem continue. Siga adiante, tente novamente, mude a estratégia da próxima vez. Fato é que os jogos são mais preparados para lidar com o erro. Eles te incentivam ao erro e sabemos que a melhor escola para fazer o certo é fazer várias vezes errado e assim aprender.
Claro que tudo o que relatei aqui toma como base que o jogo educativo é de qualidade. Também que ele foi desenvolvido com boas práticas que, de fato, tornem o jogo divertido e educativo. Por último, o seu uso foi adequado dentro do cenário desenhado de aplicação dele em sala de aula.
Essas e outras questões trato de ajudar no meu curso Educational Game Dev. Ele é ideal para quem busca engajar mais os alunos e se destacar na educação, seja usando um jogo já existente ou criar um jogo didático. Pode ser também tanto um jogo digital quanto um analógico. O importante é a educação com diversão no final ocorrer.
Se você tem este objetivo na educação de melhorar suas aulas com diversão, eu posso te ajudar na proposta do Educational Game Dev.